Ele foi abandonado em um orfanato lá no norte do país, foi viver no inferno sem cometer pecado algum e paga caro pela inocência, sal nos olhos dele durante os dias de sol. Quem sabe ele consegue virar um doutor e dar depoimento de como vencer nas adversidades...
Quando jovem foi condenado a tudo que podia, sangue e heroína formaram seu caráter, e sempre teve as roupas que quis na mais cruel forma de aquisição, e cheirou tudo que aprendeu naquele reformatório!
É tão justo o crucifixo que carrega no pescoço, gerado pela alucinação e criado pelo descaso, o resultado obviamente nos parece social...
Parece ter débito com a vida, e fez um filho em cada orgia pra se vingar do que lhe coube, dos malfeitores ele é o herói...
Alguns com cicatrizes de inchadas, outros com os olhos ardendo de suor de um dia de trabalho maçante, ele cura suas cicatrizes com morfina e engole sua fé com ajuda de um copo de cachaça cospe pelos dentes sua agonia, seu viçoso palavreado, suas ordens!
A beira da morte decide se julgar e assim, poupar Deus de empurrá-lo para o precipício do inferno que ele já habitava sem saber, ele não espera flores nem lágrimas nem um enterro sequer...
Estrangula-se em odiosas culpas, se perde no meio do povo, mesmo povo o qual ele é filho...
E as pessoas sentem um descaso imenso pela sua ida, sabia que era melhor sem ele e sempre foi...
Melhor sem ele! O descaso o criou assim...
Filho da Minoria...
Ou melhor, filho BASTARDO da Minoria
Sem mais.
Mario Tito.
2 comentários:
sabe aquele risinho de canto de boca que você dá quando vê algo que gosta?
Então...
"É tão justo o crucifixo que carrega no pescoço, gerado pela alucinação e criado pelo descaso, o resultado obviamente nos parece social..."
Bom!
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