domingo, 31 de maio de 2009

E chega o dia dos grifados sem graça, de novo!

No final de cada romance deixo sujas algumas rosas que nem saíram do botão, desisto dos sapatos e ando com as meias, apenas, e pego resfriado e chá quente durante a semana.
Agora giro em torno de sua falta e estou envolvido com Norte e Sul. No final de cada história, rasgo mais cartas em branco e me envolvo mais com o sul do Norte, mas o norte do Sul me confunde e eu me perco no que digo, onde eu estava mesmo?!

As mantas me aquecem do calor e meus amigos mandam eu escolher um dia ou um lado, às vezes eles nem dizem nada...
O Norte me aquece como uma chuva de brasas, o Sul me acaricia como uma tempestade de pétalas...
Parece que é apenas areia e que não consigo tocar toda ao mesmo tempo, que é minha por instantes e vai caindo da minha mão até o mar vir tomá-la de mim...
Parece que os olhos pegam fogo, mas não me olham diretamente, nem se quer dizem oi.
Queria segurar sua mão sem copos pra nos atrapalhar, temos tempo pra mais uma canção?

A Linha do Equador me parece o ideal, quando percebo que nela volto ao meu ponto inicial, onde não começo nada e termino o que continua até então...
Se case de novo, uma ponte de madeira ou um arquipélago de saudades?

Agora vamos mentir e jurar falsas coisas! Vou me apanhar em pecados e existir junto com uma parede de dois lados.
Acompanho as porções de acordo com a servidão delas, espero sentado, se demorar me divido em dois, quem sabe três...

Ou talvez nenhum.


Sem mais.
Mario.

sexta-feira, 29 de maio de 2009

Sem cheiro de nada.

É mais ou menos assim:
Alguns pombos e um mosteiro velho onde nuvens negras se escondem de tão alto que é...
Velhos com jornais, boinas, milho e baralhos...
Uma padaria onde o café e o pão sempre são quentes, uma floricultura com as mais belas margaridas, algumas amendoeiras com suas folhas fazendo o mais belo tapete...
O motorista do ônibus que torce pelo Vasco, gozando do senhor tricolor que lê o jornal sentado no banco...

Eu passo e nem percebo, com meus mil fones e telefones e corro...
Estou sempre com pressa, pouco beijo,pouco cheiro,pouco posto,pouco corro, pouco vivo, pouco luto...
Jogo frases de efeito em meus cadernos que guardam coisas que não aprendi, o que eu aprendi já virou papel reciclado.

Sento e parece que estou em um deserto de nuvens, no qual os pombos não voam, e o céu não chove! Como sou um romântico cafona, mesquinho e mentiroso...

Vago no descaso e cometo destinos, e acabo desacreditando dos acasos...

São inteligentes, como não quero ser mártir, continuo mais uma história sem final...
Pra mim...

Sem mais
Mario Tito.

sábado, 23 de maio de 2009

Dormindo de meias...

Eu espero amigos antes de entrar no trem, vou rindo das piadas e dos vendedores com suas artimanhas pra conseguir vender seu produto, morro de rir do jornal que eu compro, vou de estação em estação percebendo quanto é charmoso o subúrbio carioca...
Ainda acho que isso é patrimônio histórico!

Sou amigo do motorista do ônibus, ele me deixa sempre no sinal, o português da padaria já sabe como eu quero meu pingado e meu pãozinho na chapa, o senhor do cachimbo me oferece conhaque...

O ascensorista pergunta como está o meu Vascão, escovo os dentes rindo da rapaziada que comenta como foi o futebol de sábado.
Volto pra casa e paro no churrasquinho, peço aquele bem passado que já está me esperando, pago e deixo o troco pra ela.
Entro no trem e conheço um desconhecido, que vira conhecido e duas estações depois tenho certeza que nunca mais vou encontrar-lo.

Chego em casa e sento na frente do computador, tanta gente pra falar e eu aqui, olhando pras paredes...

E você quer saber? Eu adoro o computador, não preciso botar uma roupa, não sinto seu bafo e nem preciso sorrir de verdade...
Não preciso te levar a sério, nem você a mim.
Não precisamos pegar trânsito e nem correr o risco da chuva estragar alguma coisa...
Posso escolher a trilha sonora de cada um, e posso encerrar uma conversa botando a culpa na luz.

Bendita inclusão digital...

Sem mais.
Mario.

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Termoreplay.

Esse jovem ficou com febre e dizia algumas frases de revistas e ria depois, parecia estar sempre bem, irônico como um soldado inglês que jamais gargalha, mesmo achando tudo engraçado...

Ele queimava por fora e mantinha sua frieza dizendo a todos coisas tão novas, que prendia a atenção. “Ele está delirando”, disse a enfermeira...
Ele respondeu que ela falava tanto e resmungava tanto por falta de sexo, fecho os olhos e dormiu, enquanto todos riram...

Sempre vou culpar, sempre acho tudo muito virtual e novo, parece que sou um velho da idade deles, mas não sou! Eles pensam assim de mim, e como eu vou falar mal daqueles?! Desses mesmos diferentes que não estão aqui pra se defender...

Posso falar mal de você! Que está aqui, que me acompanha e se serve da minha euforia e do meu tédio...
Mas não vou fazer isso, se veio aqui até hoje, temos alguma coisa em comum...
Somos da mesma juventude, ou da mesma turma de quase maduros que colocam a mão no bolso e tiram pequenos sorrisos nas manhãs sem arco-íris...

Os justos são os cegos...
Eu uso óculos escuros e consigo correr até a próxima esquina...

Não aceitando nada, gritando por pouco e reivindicando por biscoitos!
Sou um preguiçoso? Não, sou um rapaz com febre de -15º que só sabe repetir...
Repetir...
Repetir...
E repetir...

Novamente digo: Sem mais.
E o mesmo assinante escreve: Mario Tito.

quinta-feira, 14 de maio de 2009

A moça sem rosto.

Ela não falava muito bem a mesma língua que eu falo, na verdade nem falava...
Jogava seus cabelos de forma sedutora e tímida, sabia que toda forma de saber se portava de forma viral em vidas como a dela, era mesquinha...

Dava voltas em seu próprio umbigo e comia sentada no chão, sabia quanto custava a solidão e fazia dela uma saída, saída pros seus problemas que fazia questão de transformar em força...

Queria esse conversor pra mim...

Lotava meus pensamentos de maneiras e de músicas pra cantar e declamar a ela, ela não ouvia...
Aonde eu cultivo essa chama? Onde eu me apoio se não tem paredes?
Por que não me vê, por quê?
Queria tanto plantar flores e colher maçãs...

Aquela moça sem rosto me surgiu de alguns galhos, uma aparição que me cegou e sumiu...

Hoje vago em memórias e em sanduíches de queijo...

Sem mais.
Mario Tito.

domingo, 10 de maio de 2009

Sigam-me os bons!

Eles sentem falta de sexo, acusam o Tio Patinhas de sanguinário, gritam e andam com borrões os rostos viram bandeiras e gritam pela contramão! Salvam almas pagãs e trocam a fé pelo pão. Estão cheio de esperanças e levantam suas vontades, acham os contrários errados, ninguém consegue os entender...

Somos velhos demais...


Nascemos de contaminação radioativa, não nos movimentamos, morremos de joelhos e somos passivos ao mundo.
Não caminhamos sobre montanhas de corpos, vendemos nosso dinheiro por omissão.

E eles? Confundem meu “politicamente correto”, passando pela ignorância até estacionar de vez na generosidade humanista, adiante.

Eles escutam Chico Buarque, e fazem apologia a nova vontade de sentir.
Eu sento no sofá e assisto as mesmas notícias de vinte anos.
Eles querem ir pras ruas e lutar contra a própria fraqueza.
Eu olho alguns sites eróticos e cuspo pela minha janela o caroço da azeitona que tomei com minha cerveja gelada.
Eles não conseguem nada.
Nem eu.

Sem mais, por hora.
Mario Tito.

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Não me peça pra fazer sentido, já disse que perco a graça.

Insosso e tenso.
Molha minha garganta com mais um pouco dessa bebida forte...
Parece que estou engolindo sangue fervendo, e não é o meu...
Pronto, agora fiquei maluco, meu estado normal que disfarço no dia-a-dia.

Agora vem bem gelado pra eu conseguir sentir a vida mais viva, e esquecer um pouco que meu aluguel já passou, minha luz ta cortada e na minha geladeira só tem alface, água e ketchup...

Meu chuveiro dá choque toda vez que eu ligo, economizo banho com isso.
Não tenho toalhas, não me seco...
No frio vou direto pra cama, acho que estou com uma pneumonia cavalar!

Ela não tem mais a chave da minha casa, e quem foi que disse que eu não estou vendendo sentimentos? Não uso mais o telefone e minha agenda virou pano de prato...
As pessoas passam por mim e não reparam que uso sempre a mesma camisa, é uma listrada em verde e branco...
Eu gosto dela, tem alguns buracos, porém é limpa.

E por hora, finjo que tenho amigos pagando algumas cervejas e vou pra casa, tenho algumas baratas pra matar e velas pra acender.

Até breve.


Sem mais.

Mario Tito.

domingo, 3 de maio de 2009

Até onde?

É o tempo que esses perdedores precisam pra se levantar e sangrar novamente, andando como se nunca vissem luz, sem nunca tocar nem dançar, jamais vi um deles escrever uma frase que fosse, nem pra causar efeito.

Esses perdedores estão sempre no celular em uma guerra de números e de boas palavras, olha quanta educação eles passam!
Nobres flores enfeitando sua mesa, ajeitadas por esses assassinos!
Eles correm por seu corpo até chegar em caminhos onde pensou jamais ter.Você se importa demais, e quer saber pra onde eles vão te levar...
Seus gritos interrompem a meditação, aquecem minha vontade de crescer e entorpecem o que era só uma canção, que agora é um tema pra nós dois...

Vagando em flagrantes sem enxergar, comendo com os próprios corações conjugo verbos até não conseguir...
Esses perdedores me fazem feliz.

Você só se importa pra onde eles vão te levar, e o quanto eles podem te dar...
Prazer?! Ódio?! Dinheiro?! Adeus...

Meus dedos...
Esses perdedores...

Sem mais.
Mario, por eles.