Esse jovem ficou com febre e dizia algumas frases de revistas e ria depois, parecia estar sempre bem, irônico como um soldado inglês que jamais gargalha, mesmo achando tudo engraçado...
Ele queimava por fora e mantinha sua frieza dizendo a todos coisas tão novas, que prendia a atenção. “Ele está delirando”, disse a enfermeira...
Ele respondeu que ela falava tanto e resmungava tanto por falta de sexo, fecho os olhos e dormiu, enquanto todos riram...
Sempre vou culpar, sempre acho tudo muito virtual e novo, parece que sou um velho da idade deles, mas não sou! Eles pensam assim de mim, e como eu vou falar mal daqueles?! Desses mesmos diferentes que não estão aqui pra se defender...
Posso falar mal de você! Que está aqui, que me acompanha e se serve da minha euforia e do meu tédio...
Mas não vou fazer isso, se veio aqui até hoje, temos alguma coisa em comum...
Somos da mesma juventude, ou da mesma turma de quase maduros que colocam a mão no bolso e tiram pequenos sorrisos nas manhãs sem arco-íris...
Os justos são os cegos...
Eu uso óculos escuros e consigo correr até a próxima esquina...
Não aceitando nada, gritando por pouco e reivindicando por biscoitos!
Sou um preguiçoso? Não, sou um rapaz com febre de -15º que só sabe repetir...
Repetir...
Repetir...
E repetir...
Novamente digo: Sem mais.
E o mesmo assinante escreve: Mario Tito.
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