terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Quando o coro come em casa o pau canta na rua.

Consegue ajeitar a gola da camisa de maneira rápida, mas nunca atende os telefonemas dos pais.
Os horários são impecáveis, pontual em seu almoço, chegada e saída. Não tem uma namorada faz algum tempo.
Consegue driblar porres e chegar intacto na frente de seu chefe. É tão iminente a sua promoção que chega a causar inveja aos seus colegas.

Aprendeu a driblar paixões com doses durante o dia e jogou seu iPod pela janela do coletivo, não precisa mais de música para se concentrar o olhar é frio e o telefone agora só resolve problemas, uma máquina de fazer o dever, o maior orgulho dos chefes e a maior decepção das namoradas.Seu telefone deixou de ser um artigo pessoal e agora é corporativo,como sua alma.

Sempre com a barba feita,sempre sem paciência para pessoalidades e as tatuagens que carrega no corpo a família agora são um peso e alguns porta-retratos em cima de sua mesa. Seu cachorro não o reconhece mais, ele entende que toda vez que é promovido um pouco dele vira um pouco dos outros, mas em compensação a conta fica maior e ele supre carências afetivas e perdas cada vez mais com jogos novos e ingressos para clássicos no Engenhão.

Não é culpa dele, ele não percebe mais, já faz sem querer e os que estão a sua volta só se preocupam em não acordá-lo nas poucas horas que dorme,dorme pouco devido ao café, o mesmo café que tatuou, não dá pra ver tanta rebeldia por baixo da camisa bem passada.
Não liga o quanto você sofre, esqueceu-se dos afetos sem ler Spinoza. Ele só tem tempo para “O Globo”.

mario.

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Tudo em Negrito!

Não quer mais saber onde vai dormir quando a noite se deitar sobre o dia!? Aqui é seu lugar! Mãos vazias sempre podem dar alguma coisa quando se está bêbado demais para se lembrar pra quem você ligou no dia anterior. Prazer e dor funcionam no mesmo grito, e quando a música acaba você nem sequer notou o solo.

Sente falta da sua cama e dos seus pais lhe dizendo o que deve ser feito, estipulando horários e fazendo da autoridade um inimigo, inimigo que agora derrotado vira roupa pra lavar, compras pra fazer e cheque especial pra cobrir, não está fácil pra ninguém, rapaz...

As paredes são tão pálidas que você tem vontade de colocar um sol dentro de casa, seu sorriso parece ser seu aliado quando a noite deita no dia e as mãos vazias te dão prazer a dois, ou três, ou quatro... Sempre bebendo mais do que deve, diria o glutão do seu pai.

Tempestades te fazem crescer e sorrisos te fazem feliz, você quer crescer até onde?! Tanta tempestade vai trazer um sábado de sol? Se for me avisa porque vou preparar o filtro solar e o suco de melancia, enquanto isso essa abotoadora me incomoda e só me sinto alforriado nas sextas do mês onde o pagamento ainda sobra, consigo consumir meninas e martinis.

Faz tanto tempo que não fazemos a coisa certa que acho que isso já virou lenda de padre viciado em discurso pré apocalíptico, estamos mais é pro pecado mesmo, mas aquele sem arrependimento, com mãos vazias e peito cheio...

Pra que dar tanta importância para as tempestades se o que vem depois dela é que me faz feliz?


Ahhh...


Mario

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Como se fosse a última vez.

Toda vez que você planeja uma serenata é a mesma coisa, você procura as melhores canções para entrar no ouvido dela, não dá certo, não adianta. Ela levanta a bandeira do 'Está tarde e estou com sono' e você se sente o Botafogo em dias de clássicos, diminuído, reduzido a quase nada. Enquanto você vai embora com o violão nas costas ela só consegue pensar no jeito ideal de te dizer que 'nem está tão tarde assim, mas eu preciso de mais chá preto'.

A voz da razão sempre é a da operadora de telefonia dizendo que 'O assinante chamado está sendo localizado' e quanto mais você precisa ouvir coisas ruins mais os jovens de Liverpool vem lhe dizer que 'I want her everywhere, and if she´s beside me I know I never care', mentira! Malditos xaropes alucinógenos desses jovens de cabelos iguais, malditos!

'Pensei que tivesse assistido "Como se fosse a primeira vez" menos vezes, e ainda sim fico procurando maneiras de todos os dias te dizer que mudei, que sou novo, sou o antigo novo presente, Adam Sandler não sabia de nada, por isso não se deve confiar em mãos, comédias românticas, quadrinhos da Marvel e filmes com animais obedientes' dizem os rapazes

Agora eles procuram as meninas para chamar pelos nomes das ex-namoradas, assim suportam o fim da música sem ter quem os aplauda após o último acorde. Nada muito novo, nada muito premeditada além dessa cara feia de quem fica de TPM o ano inteiro, e que espera sempre a única coisa que não tem, como os filhos únicos de pais separados, sabe!?

Não se pode mais abrir uma cerveja na cozinha sem ter que olhar pro lado, pare de me chamar pelo nome errado, garota!

Sem mais.

Mario Tito

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Caminho oposto pra vitória

As pessoas não tem tempo pra você e querem fazer uma oposição a todo o instante em casa, como se fosse o tira mau com a filha mulher e o tira bom com o filho homem! Afinal, porque os filmes traduzem policias como “tiras”?!

Por fim essas meninas raras deveriam ou não ser amarradas no pé da mesa até aprenderem a desfazer-se dos pais, do pudor, da virgindade e do nó de marinheiro? Elas se libertam para quebrar corações e o rapaz continua sua histeria produtiva e hormonal dentro de um banheiro de suíte...

Nada que não possa piorar! Sua mulher quer mais que um amante, quer um homem, sua mulher quer mais que seu dinheiro, ela quer suor e você perde tempo demais sendo ou o tira ruim, ou o tira bom...

Você só se esconde em colos proibidos, em coisas que se envergonha de dizer ao padre antes de comungar e comer o corpo de Cristo como se fosse o preço da oferta, não se esqueça de levar as crianças em casa, canibal da fé!

Quando você sente espinhos saírem de suas mãos você não se tornou o Wolverine, você está ficando áspero o suficiente para ser o tira bom e passado e fraco demais para ser o tira mau, pagamos esse preço quando não escolhemos viver! Nem o Coronel Nascimento foi o mesmo em dois filmes!Nem tudo é extensão, a alma fica e os pecados não te levam pro céu ou inferno, mas podem tirar seu sono...

Parece que estamos bem pertos da solidão e qual a diferença entre morrer e acabar!? Qual a diferença do eterno para o que não fazia diferença ter nascido?! Nada insiste em nascer, como disseram os Hermanos! As coisas nascem porque deve ser melhor que acabar, o que seria pior que não existir?

E nenhum de nós quer acabar nem ser o tira ruim,né?


Mario

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

E hoje é o dia...

Tentar uma despedida nem sempre é o melhor jeito de ir embora, as opções são atalhos das paixões, de sentimentos, nada muito pensado nada de espinozismo pondo em questão pensamento e extensão... Esqueçamos os dois e sejamos mais quentes...

Eu querer você por perto e amarrar meus cadarços são esferas tão distantes, logo a mão que acena, e também os olhos que fecham antes do beijo todas essas frescuras de casal que escuta o amor com sotaque britânico e não transam nunca pra não perder pureza.

Se pudesse eu faria de tudo pra explicar tudo como se fosse uma figura geométrica de lados iguais e sem “x” nenhum para atrapalhar o desenvolver da questão, mas não é assim! Papai Noel não existe, os heróis da USP guardam Coquetel Molotov nos seus carros de luxo e fumam maconha! Conto de fadas é coisa de ex que vira corno, não sigamos esse caminho, o final é pior pros dois...

Aceitar que coisas passam, que coisas ficam pra sempre mesmo quando se vão é uma questão de sabedoria, de equilíbrio de alma, alma sabe!? Aquele modo do pensamento...

Mas como conseguir sem seu corpo?!Corpo, sabe!? Aquele modo da extensão...

Até onde esses braços são meus?! Até quando essas pernas são suas? E até quando vamos fazer perguntas ao invés de nos beijar? Sonhos são reais, são experimentos de coisas reais e sonhar com você é isso! Fingir que sou mais real do que seus olhos com cor de saudade...

Ainda acredito em despedidas.

Dica: Música nova do SEU CUCA

Mario.

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Ser e esquecer...

Façamos uma analise um pouco delicada do que seria o Eu. Nada muito aprofundado em pensadores clássicos, em teorias conspiratórias, fé e todas essas outras coisas que nos chegam prontas e se debruçam sobre nossas mesas

Tratemos de nossa existência como um mistério que a racionalidade não consegue alcançar e a ciência não tem dedos pra tocar. O Big Bang, Adão, o ovo, evolucionismo, as Tropas Jedi´s, nada disso será discutido e colocado contra a parede! O ponto vai além, vamos tratar de outro tipo de existência: A que não perece.

Existimos a partir de experiências e somos o que lemos, ouvimos e aprendemos. Somos quem nos cerca, família, amigos e todos esses sentimentos. Somos cada detalhe de nossa memória, nos formamos após o nascimento! Nascemos sendo, vamos sendo como o passar do rio, como diria o pré-socrático bunda mole...

Anos, sentimentos, rituais e sensações nos fazem não mudar, mas sim crescer! Vou mudar isso, esqueçam o crescer e mudem para ser! A gente vai sendo um dia após o outro e vai elaborando um enredo chamado de vida e a vida como todo carnaval que se preze vai passando e a gente vai em forma de atos, vibrações e goles mostrando pros jurados nossa evolução o batucado da nossa bateria e nossas alegorias adquiridas com o tempo, com a experiência.

Uma hora a gente chega à apoteose e o que nos sobra? A esperança de uma vida inesquecível, e que não seja necessariamente nota 10, mas que ultrapasse nossa presença! Fazer filhos, escrever um livro, plantar arvores, salvar o mundo dos criminosos de Gothan City...Tudo isso nos faz ser eternizados, mas só aqueles detalhes, os mínimos, nos fazem eternos mesmo quando ausentes fisicamente! Como diriam os poetas que “Quando não cabe no corpo, é quando a alma transborda” ...

E eu? Acredito que o Ser é muito mais importante do que o Estar, e tudo que você faz no inicio da avenida você paga na apuração, se você arrepiar o público e os jurados mesmo deixando o pavilhão cair no chão, não precisa lamentar os pontos perdidos! Um desfile campeão é só um desfile campeão, mas um desfile emocionante vira bloco de rua e sobrevive pra sempre fazendo gerações e gerações de foliões felizes, pessoas que querem Ser sem jamais perecer.

Mario.

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

You only see me when Im high

Quando você assume que não sabe de nada você dá um passo pra entender muito mais do que você atingia antes dessa percepção, você não se declara culpado por não ter respostas, agora você deve-se culpar por não ter perguntas. Um homem sem dúvidas se assemelha a uma lhama em entendimento.

Devemos nos acostumar com a latência da ignorância vivente que bate na nossa porta toda noite com um prato de bolo de fubá dizendo que nada sabemos e que toda a nossa certeza vem de outras certezas, que vem de outras e outras até um ponto onde não temos certeza. E quando chegarmos a esse ponto veremos a falha no processo. Entenderemos que nossa certeza vem de uma força inatingível pelo entendimento humano

Cruel, não acha?! Pensar dói...

Tendo isso entendido segue a historia que verdadeiramente vim contar, mas aviso de antemão: Eu não sei como será o final, não sei de nada...

Ela parava de contar quando os anos chegavam à meia dúzia e fazia questão de dizer que de “hoje em diante” seus passos seriam em prol de si, sem pensar em terceiros, quartos, salas e banheiros de boates baratas. Só queria saber sobre o que de fato acontecia, cansou das amigas anoréxicas doidas por escândalos e rounds de MMA com os namorados de plástico.

Chegar em casa e se deparar com uma pilha de louça e outra de roupas define bem o que é solidão, mas botar a música favorita enquanto fica de pantufas, blusão e com o cabelo todo embaralhado mostram o que é o desprendimento e o lado bom da solidão, sei lá, não precisar dividir a lasanha e o último iogurte sempre ser seu deve ser bom! A noite sempre acaba e a cama nem sempre precisa ser confortável, ela precisa confortar! E não existe isso sem bafo e pernas viradas durante uma madrugada fria...

Ela viu que não sabia de nada e decidiu se perguntar, mas onde ela começava e onde ela terminava? Será que a gente sempre vai elaborar as respostas antes das perguntas?

Decidiu encontrar-se com seu conhecimento, marcou um jantar e viu que tinha levado um bolo, sua experiência chegou como quem não queria nada e decidiu fazer companhia a ela e deixar tudo às claras.

-Moça, não busque tanto sobre si, se satisfaça com o que está em si, essa é a luz! Batuque menos...

Ela achava que não sabia, agora dança sozinha e tenta não fazer questão, tenta se contentar com cada milagre que acontece pelas manhãs frias em que o Cristo não aparece na sua janela...

Pegar leve, se acostumar que não sabemos de nada.

É o mistério, é a calma.

Mario

domingo, 4 de setembro de 2011

Do canalha, com carinho.

Eu de verdade não quero construir nada que não exista, não quero depender das minhas intuições para chegar a conceitos, quero justamente o contrário! Poder a partir do que eu sei fazer mais. Nem sempre eu consigo do jeito que eu deveria...

Bem, tudo começa girando, tudo começa quando já estamos no meio do caminho e quando olhamos pra trás já se foram as milhas e os sorrisos.

Proteção em excesso vira mimo, e quem foi que disse que eu não sei disso?! Que isso já não é um conceito aperfeiçoado, mas como eu disse outra vez: Nem sempre eu consigo do jeito que eu deveria.

Já não dou mais a mínima pro seu gosto musical duvidoso, para seus ataques, “frases com espetos” e quando eu digo que eu estou ai sem você me ver, não precisa dar “piti”! A gente começou assim. Entende de uma vez por todas que você é tudo que eu queria ter, e tudo que eu tenho medo e certeza que vou perder. Rapazes não te merecem! Mas não desista deles, por favor!

Moças especiais não entendem sua potencialidade, sofrem com isso, mas isso é um carma, o carma de ser linda interessante e sexy a todo o tempo! Ninguém de Vênus nem de Marte está preparado pra isso, é muita coisa transbordando dentro de um par de meias, ninguém pode te culpar, mas convenhamos: ninguém pode me culpar também!

Encanta e assusta em proporções magníficas e age como se fosse a maior das amantes, a melhor das amigas, a mais chata das irmãs e a mais rebelde das princesas que trocou vestidos longos por grifes que nunca vou entender o porquê de custarem tão caro! Mas faz sentido, às vezes faço sentido, nem sempre eu consigo do jeito que eu deveria...

Você sempre está linda!

Não consigo atribuir um nome a coisas tão fortes quanto nós, alguns chamam de acaso, outros de destino, outros de Deus! Não importa sua crença, de onde você veio, se você escovou os dentes ou se está com ódio do mundo...

A gente é maior que isso, maior que um oceano inteiro, talvez!

Afinal, um quarto de século é MUITA coisa, até pra quem aprendeu a amadurecer ao invés de envelhecer!

E esse texto foi escrito por duas mãos, mas com a cabeça ai! Encostadinha na sua! Nem sempre eu consigo do jeito que eu deveria...

Mas eu tento!

Mario.

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Mostre-me atrás da parede I

Então quer dizer que essa mesa de centro foi presente da sua avó austríaca?! E da onde vem esse batuque todo?! E esse gingado de fevereiro eterno?! A garota muda de look e decide mudar de vida. Vai correndo atrás do bar, atravessa os “sinuqueiros”, um gole do quente mais vadio e uma foto nova. Destino!

Nascendo um sol dentro dela decidiu não ser sincera debaixo dos edredons, moça estranha! Já pressupomos que ela sempre foi assim, mas não é bem essa a história... Resolveu abraçar o mundo com o coração depois que esqueceu que rapazes não funcionam como as canções. E quando ela deixa o leme à deriva, ela vai pra qualquer lugar, e qualquer lugar está bom. Decisão!

Tatuagens, piscadas, porres, morro, mar e às vezes faculdade pra encontrar os amigos e ficar de paisagem pros cabeludos tocando oboé, cansou do padrão e só quer alguém pra esquentar os ouvidos quando ela trocar o sol dentro dela por uma noite fria! Ela tem meia hora de suor pra esquecer que é sozinha. Opção!

E ela segue assim, classifica os acontecimentos da vida em destino, decisão e opção que é para não confundir o batuque com o mundo, enquanto oferece uma canção para cada cara que passa pelo seu sorriso e sua cama.

Do tipo que não atende no dia seguinte, aprendeu: canalha que te chama de meu amor, gaúcho de guria e sambista de minha branca, se trata de vício de linguagem para não confundir os quase amores. E quem vai julgar vícios e cantadas em série em nome de voracidades e inspirações por uma hora?

Apaga mensagens, deleta históricos e rasgaria cartas, se cartas ainda fossem enviadas. Tudo isso para eliminar vestígios de sentimentalidades, racionar amor e manter o respeito entre os “sinuqueiros”. É porque ela ainda procura o tal cara que vai recolher os versos que deixa pela calçada ensolarada.

Aprendeu em uma era pré Facebook que a ilusão é algo doce demais para se recusar, certo parceiro?! Mas foi com o primeiro namoradinho que entendeu: se não foi importante por mais de três meses é porque nunca foi algo real. E trabalha, vive, paga contas, faz login, cineminha, desiste, night de sexta, ressaca e tudo isso sempre preferindo beber na garrafa à taças de cristal.



Mario e Karol


sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Impróprio para "Usuários"

Então o que concluímos é que as drogas quando proibidas são mais gostosas ou prazerosas?! Cara, o Nietzsche já chamou a gente até de camelo por conta desse "Devemos ser/seguir" e vocês estão nessa de Paraíso, Adão e Eva, Fruto Proibido, o escondido é mais gostoso e afins?

Não, a questão não é o imposto que se cobra pela droga!

Não, não irá acabar com o tráfico!

Não, não diminuirá o consumo!

Não, não haverá um “maconhodromo”!

Acho de verdade que essa questão é voto vencido, pois até a própria população não seria a favor de tal alento covarde, mas pensem comigo o mal que as drogas “culturais” fazem no dia-a-dia. Estou falando do álcool e do tabaco, que deveriam ter uma efetiva campanha de saúde pública, para sua redução e enfim...

Pensemos caros camaradas: Vamos liberar a droga por não termos condições de combatê-la, vamos legalizar o ilegal por falta de força do Estado, das pessoas e depois vamos fazer campanha contra o uso do que foi legalizado. É uma contradição clara, liberar para depois batalhar contra. A não ser que se faça uma campanha para o uso do boldinho, ai me avisem que me mudo pro mosteiro mais próximo...

É mais fácil liberar do que conscientizar, sei como funciona...

Sempre foi assim, querem isso da imprensa também...

Dos partidos...

Das idéias...

Da história...

Afinal, NUNCA ANTES NA HISTORIA DESSE PAIS UM MACONHEIRO FOI TRATADO COMO OPRIMIDO DESSA MANEIRA...

E avante as marchas!

Beijo pros dãomafu

Mario

sábado, 6 de agosto de 2011

Quem não vai fica, parceiro!

Me diz ai, cara pálida? O que você vai fazer depois que o inverno passar e só sobrarem as meias no cesto de lixo?! C´est la vie...

Vamos lá, vamos concordar! Hoje é dia de concordarmos.

O homem só é o que ele faz de si, então o que fazemos de nós todos os dias? A gente faz meta no final do ano, e a essa altura?! Dieta, salada, corrida,academia, amor, guardar dinheiro, estudar mais...Nada feito! Hoje é o dia da mudança?! Não! Hoje é dia de recompor.

Não vamos juntos descobrir o que é a justiça, vai dar trabalho e hoje é sábado. Enquanto isso vamos só ser firmes com o que acreditamos e pronto! Quando não querem ser usuários de drogas ilegais, as liberam, quando querem transar sem camisinha, fogem da responsabilidade e pregam o aborto, quando o querido parente está em coma dando trabalho, a eutanásia é asolução para o fim do “sofrimento”, e assim nos livramos dos nossos problemas como lixo! Reciclando vidas e optando entre natureza e prazer virtual. Compromisso não é nada absurdo, é só manter suas escolhas ser firme! Sejam firmes!

Minha Auto-ajuda blogueira não para! Há momentos que nós nos decepcionamos com quem a gente gosta, eu sei!E às vezes nos decepcionamos com a gente mesmo, mas essa é nossa melhor hora...

Crescer, essa é a hora! Acha um par e vai pro baile, parceiro!

Quem vai vai!

Mario.

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Numa panela só.

Chamo de peso estar na guerra todos os dias e sonhar com a paz depois da morte, acreditando em vida, em descanso ou em nada! A guerra é uma só e você trava sem perceber e mata dragões a cada remela que tira na frente do espelho, aquele espelho que não te permite ser narciso, não dá tempo!

Ofuscam racismos com campanhas que segregam mais, com direitos dialéticos que se perdem em essência e ganham em maquilagem! “Não é culpa minha”, você vai dizer, mas cada vez que você vacila sem querer, julga com os olhos troca o “ser” pelo “ter” você estraga um pouco cada um que está do seu lado.

Não, não somos irmãos! Somos o que quisermos ser, e quando sua coragem, sua amabilidade se torna moeda de troca, para você receber o mesmo, você começou errado, vai estar errado e vai acabar errado. Se segura na sua fé, ou na falta dela! Em alguma coisa você precisa se apegar, mesmo que essa coisa seja uma falta do que se apegar, eu me fiz entender?! Às vezes falo rápido demais, acho que perco o sentido, mas de repente a gente que não gosta de ler que a gente vacila, peca, faz merda, somos muitas das vezes preconceituosos e que é isso que nos faz ficar cada vez menores com relação ao todo.

Quando a gente tem a inocência de uma criança, não nos preocupamos com o que vem depois. A gente se preocupa em terminar de montar a garagem de carrinhos, ou de fazer o bolo de lama com o parceiro ideal! E não estamos nem ai pra cor, credo, status...

Não sei o que vocês chamam de Deus, nem é meu objetivo catequizar ninguém, não tenho cara de Marquês de Pombal de bermuda e chinelos e com copo de cerveja na mão...

Bicho-grilismos à parte, temos que ter a sutileza de entender que a sexta-feira só vem se tiver uma segunda-feira, ela só é gostosa desse jeito porque a semana foi ruim, foi dura, não tivemos tempo para sermos narcisos, para sono de beleza...

E quando o trem chega a Deodoro, meu parceiro, todo mundo que ta ali dentro só pede pra ele não avariar,reza para seu santo ou orixá favorito, e nesse momento não importa o quanto você tem, se for verão e o trem não tiver ar, você vai suar!

Tamo junto!

Mario

segunda-feira, 18 de julho de 2011

O jogo inverteu.

Eu jogo o jogo que ta na mesa e não quero inventar regra nenhuma, nada de carta por baixo do pano verde, nada de querer trocar o cd que ta tocando por um samba mais antigo. A banca que me diz o que eu faço e uso as cartas que eu tenho na mesa, e jamais escondo truques na maga! Não sou malandro, faço o que eu posso.

Horas de conversas repetidas, de remoções sentimentais. Deixa, caiu pra lateral, fugiu da alçada, vamos pro bar meu amor, ainda dá tempo!

Sempre dá tempo de virar malandro, fingir sabe lá. Ou vai dizer que justiça é tudo que ta escrito pelos antigos? Acreditar no que você escolhe como filosofia é um bom começo pra não soar mal quando for repetir frases dos outros em rodas de moços de bigodes.

Sem inventar regras assim, do jeito que eu tô mesmo, sem bolso na bermuda, sem dinheiro na conta e doido pra invadir o cheque especial pra comprar cerveja. Não é nada com você, é o jogo! Faz igual, usa as armas do jogo, sem roubar, não precisamos disso...

Sabe, o tempo passa pra gente, mas a eternidade é assim, sem horas, dias, não conta e não prece! E a gente passa, mas o que diz, o que faz, o que beija e o que cantamos fica por ai,preso no jogo, vira regra! O que um bom jogador faz com a mão ruim? Blefa ou sai?!

Blefar é agir de ma fé? Não, é usar o medo dos outros a seu favor, confiança, meu garoto! Se não for você por você não tem mosqueteiro pra gritar contigo, meu camarada! Todos por si!

Deixa correr, escolhe a frase certa pra citar, o dia certo pra estourar o limite do cheque e a hora certa pra blefar, se não você fica marcado. E jogo de carta marcada é caso sério em roda de malandro.

E você, nem eu somos malandros.

Beijão.

Mario.

domingo, 19 de junho de 2011

Manual do Cafajeste. Parte 3

Deixa eu me mudar pra sua lua? Acompanho todas suas fases, juro!

Tô lendo manual pra ser bom rapaz, me posicionar bem na mesa, mastigar 43 vezes antes de engolir e deixar a comida esfriar. Agora leio o jornal inteiro e sei o que cada signo quer dizer, além claro , das notícias mais importantes do Senado e da mais nova marcha contra familias.Vou começar a ir à missa da manhã, pra provar que não fiquei na noite e de calça social pra provar responsabilidade.

Agora vou entrar na faculdade, tirar carteira de motorista, depois voltar pro inglês e talvez morar sozinho. De repente dá certo abrir um negócio, preciso de criatividade e óculos de grau com hastes firmes que suportem o meu descuido iminente com cosias que preciso.

Vou parar de mentir e de beber, vou aprender a cozinhar e a tocar bossa nova para as reuniões com seus amigos. Falando neles, vou tentar ser mias simpático nas redes sociais pra não parecer um debochado eterno.Vou te tratar com ternura na hora do sexo, vou tentar fazer menos e beijar mais. Assim nenhum de nós goza e ficamos deprimidos pelo filme desperdiçado.

Deixa eu me mudar pra sua lua, mas toma cuidado...

A minha natureza não te dá respaldos aos eclipses, e se algum americano abusado resolver botar bandeira aqui, eu logo me candidato a habitante de satélite não-natural.

Não dê atenção aos rapazes, menina! Eles não querem, não ligam e mentem...

Não é culpa minha, sempre foi assim.

Mario

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Te dar todo o tipo de alegria...

Ler Escutando a canção Trégua Suspensa( Teresa Cristina/Lula Queiroga)-Para escutar clique aqui

Agora sim, sou eu e eu e nada mais na mesa de jantar além de flores de plástico e meu jantar em forma de monólogo. Não queria nada mais além daquela solidãozinha gostosa que eu carregava durante dois meses, mas a bateram na porta.

Esquisito olhar pra cara dele visto que ele tinha a chave de casa, e que a escova de dentes dele ficava do lado da minha e se procurar bem ainda deve ter cuecas e super-heróis perdidos pelo escritório.

Mas que honra, chegou na hora do jantar sem convite algum, ao que se deve essa visita!? Não precisa me dizer nada, entra que sua cara já me diz mais do que você imagina, parece uma carta de laudas e mais laudas e não precisa suar que to entendendo tudo.

Pode despejar em mim essas frases feitas que você ensaiou dentro do ônibus até chegar aqui, vou fazer uma cara de quem acredita e você finge que me engana de novo, dessa vez vou aceitar cada vírgula, meu querido...finge que nada aconteceu, me beija me traz a alegria que eu quero te dar e diz que tudo foi um sonho ruim...

Quero você de novo, mas só por hoje.

Só por hoje quero dormir e acordar olhando pra essa cara de menino com a barba falhada, que acorda com sobrancelhas arrependidas por um crime que vai cometer de novo, e você vai voltar e vai me pedir pra esquecer tudo, vai levar a chave de novo e enfim assumimos uma trégua.

Quero você de novo, mas só por hoje.

Eu te conheço, você acha que seu peito é de aço igual aos quadrinhos que você ainda lê, cheio de homens incrivelmente inexistentes. Meu amor tem limites e pode chegar o dia que eu me mude sem te dar meu endereço e você não vai poder aparecer sem avisar, no meio do meu jantar... Sem flores, sem verdades, sem amor e ainda sim levar meu perdão...

Saudade não é desculpa rapaz...

E dona Teresa disse: “E olha agora aqui: Você”

Mario

domingo, 15 de maio de 2011

É no não que se faz.

Faz o seguinte: Escolhe um domingo, rima uma palavra com água e espera o almoço ficar pronto. Finge que enxerga sem os óculos e coloca a cueca da cor da camisa!

Escolhe o pé que vai dar um tiro. No direito ele perde precisão, perde a chance de acertar. No esquerdo ele perde o apoio, perde a base, a sustentação de possíveis acertos. O que fazer? Articulação, Zona de conforto, tempo contra cheiro, menos bossa e mais samba ou apenas mais uma carta ou uma música nova!

Largou os cabelos compridos e colocou a camisa rosa que ela tanto pediu, encheu o pescoço de perfume e viu que ainda não sabia as medidas certas, voltou pro banho e desmanchou o cabelo que está quase penteado...

Ainda dá tempo? Não...

O chuveiro queimou, ele sorriu e achou que podia tirar proveito do banho gelado! É exatamente nesse momento, quando dá merda, sabe? Que os grandes homens aparecem! Eles aparecem na flor não dada, no eu te amo não dito, no cabaço rejeitado e no porre não tomado. Mas é evidente que é mais válido um amor de veraneio na mão do que sorrisos na frente de um DVD caipira...

Desce a rua, meu camarada...

Troca uma idéia, toma um gelo e joga um Street Figther porque a noite vai ser longa e você tem muito que conversar com esse teclado.

Até quando vou esperar pra fazer cinco filhos e botar eles pelados na praia do Grumari?

Sem mais.

Mario.

quinta-feira, 5 de maio de 2011

O tempo é um bom mestre quando mata seus alunos.

Eu precisaria de anos pra cultivar novas amizades e reformular pactos de confiança em balada barata, tratados de amizade eterna banhados com colarinhos e fidelidade fraterna selada com o dedinho levantado quando toca “Valeu por você existir, amigoo...”!

Nada disso, quero fazer com que você seja mais forte do que eu sou. Agüenta minha prepotência como se fosse uma prova de resistência do BBB e estivesse valendo um milhão de reais pra você gastar em sapatos e tocar sentimentos com a língua.

Não é conselho vulgar, não quero deixar uma gaveta de cuecas e camisas velhas no seu armário, não quero ser quase pra você...

Todas nossas escolhas são filhas bastardas de nossa razão, e a hora que assumirmos o lado racional sem ser um emotivo inadequado e preferir a dor do não - pensar do que os louros do se adequar vamos coroar o tempo como o sábio da nossa ignorância prepotente. A escolha é nossa, baby...

Deixa o rapaz se descobrir na moça, deixa ser o que a maré pede nada de destino nem culpar o acaso.

Culpe o tempo.

Ou o acústico do Nirvana:

“Don't expect me to cry
Don't expect me to lie
Don't expect me to die for thee.”

Sem mais.

M*


sábado, 16 de abril de 2011

Sem pagar a conta do motel.

Ela sacudiu o cabelo com aquele jeito de mulher bem comida! Sem pressa, sem chilique e sem aborrecimentos, sentou naquela poltrona ligou a Tv e faltou a luz!!

Ela no seu direito soltou um palavrão, que logo se seguiu de um sorriso daqueles bem verdes que fazem até o mais mal-humorado burocrata resolver seus problemas...
Não durou muito a luz voltou!

Quando você bota a culpa nos outros das coisas que te fazem mal, você está colocando todo o peso em você rapaz, porque só você pode fazer mal a si mesmo! Você e o que você acha que é mal...

Chamo de auto-ajuda toda recuperação a partir de segundos ou terceiros! Seja feliz sem o telefone tocar, sem o interfone trazer pizza e deixe-os falar.
Toda vez que você se preocupa muito com alguma coisa você a tomou pra si, e quanto mais coisas inadequadas você toma pra si mais problemas você tem, e você não os quer, ou quer?

Sabe qual o segredo pra te livrar de todo mal sem amém?
Uma foda bem dada, uma sacudida de cabelos e uma faixa de algum cd do Cartola.
Depois então você tatua na pele aquela velha preguiça de se aborrecer e vai criar suas plantinhas e beber seu vinho sem pressa, sem chiliques e sem aborrecimentos! Mas olha!! Se a luz acabar você pode falar um palavrão, mas com a delicadeza da Sandy

Tenham um bom sábado.
Sem mais.
Mario.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Agoniza, morre e no terceiro dia talvez...

Ahh malandro, foi-se o tempo em que você era o dono da roda e cantava o que queria, acendia o cigarro e fazia a pomba-gira subir. Foi se o tempo que todos os requebrados quentes eram em sua direção e que todas as cervejas estavam no seu ponto de congelamento favorito.

Malandro que é malando não é expulso de terreiro, mas sabe a hora certa de não voltar e não volta! Malandro larga na hora certa e é lembrando com saudades e não cansaço! Cansaram caro malandro...

Não de você, mas sim do mais do mesmo. Eles querem uma nova reinvenção sem sapatos brancos e fé africana, eles querem uma cadência que não foi ensinada na escola dos baluartes mangueirenses.

Ah malandro, teu botequim não é mais escritório e seu lugar perto do balcão agora é ocupado por outro, não é mal pra você se esquivar de parcerias com esses caboclos de apartamento que só vão ao morro buscar inspiração ilegal, sabe como diz o Sargento, o malando Nelson Sargento: “(...) Mudaram toda sua estrutura, lhe impuseram outra cultura e você nem percebeu (...)”

Percebeu depois que viu que Noel Rosa não fazia sentido, que o Surdo Um tinha ido pro espaço e que os terreiros agora eram lar de preconceitos e crenças mal formadas.

É malandro... A gira girou pro lado errado e você não cantou pra subir. O tênis de mola agora substituiu teu sapato branco e o seu violão é besteira de velho, sentado na sua varanda pra olhar o bloco passar você deve se sentir no fim da vida e o mais otário dos malandros, é mentira meu amigo...

Otário é o que mata o malandro e não vira rei do terreiro, otário é aquele que confunde malandragem com pilantragem.

O otário queima na chama do seu único carnaval.

O malandro vira enredo e depois lágrimas de emoção no sábado das campeãs.

Cansaram, caro malandro...

De você, dos terreiros, das mulatas e da cerveja! Tudo devidamente substituído por: Otários, casas de show, silicone e Red Label.

Sem mais.

M.Tito

sábado, 2 de abril de 2011

Sinos enquanto a memória repousa.

Ele cresceu com preguiça de responder emails, de se apaixonar de novo e de jogar as cartas na mesa, ele tem problemas com jogatina! Deve ser tudo culpa do pai viciado!

Assumir a culpa é mais difícil do que assumir amor, diria eu em dias de azar, mas não conto por mim, conto por ele, que tem vergonha de falar alto, sabe!?

Ele andou no lado errado da calçada, e o ônibus molhou a camisa nova dele, o trem atrasou e tinha um cara com um cheiro insuportável, e ele grita ali em silêncio enquanto a velha ronca no banco pra idosos, nada como o direito sendo executado de forma categórica.

E começa a fazer contas na mente pra ver se o tempo passa enquanto pessoas usam crack às oito da manhã!

-Temos paixões, e o que movem nossas paixões? Nossas faculdades (Né, tio Totes?) e nossas faculdades podem ser boas ou ruins?! Não! Sabe por quê? Porque precisamos de predisposição para saber equilibrar os termos Prazer e Sofrer, ai sim podemos nos considerar bons ou maus...

-Tem certeza?! Taquem um tijolo nessas suas ideologias! Ou se joguem do andar mais alto da universidade, pra ver se aprende a voar ou aprende a viver em três segundos de queda livre!

Ele desiste de pensar e caminha como se não fosse chegar, vê a ex com outro, sofre em dobro! Descobre que ama errado, e nesse momento o radio toca a pior música que o Paul poderia ter escrito, mas ele escreveu com tanta paixão, faltou a predisposição correta! Sabe aqueles livros que o último capítulo estraga a história? Então ele aprendeu a ler só até metade do livro e não dar a mínima para a autora, ele aprendeu que a cerveja faz mal pra sua honra e que desistiu de guerrear com versos.

Ele não percebeu, mas era amor, virou carinho e precisa ser cultivado como uma flor de pétalas finas, assim como a pele dela...

Ele notou que seu dia podia melhorar, sempre pode! Entrou na livraria e foi pedir um Café, ao notar que o novo livro de auto-ajuda custa o triplo do preço de Aristóteles, ele se deu conta que seu lugar é em Sebo catando moeda e comprando revista em quadrinhos covardes e livros de dois reais.

Ele percebeu que não pode fazer diferente, teme pela sua rebeldia penteada, precisa fazer de novo...

E fará, mas o tempo pode ser meio vingativo com ele dessa vez.

Sem mais.

Mario Tito

quinta-feira, 10 de março de 2011

No meu tempo...

Jovens se preocupam demais em sentar na janela enquanto nós só precisamos sentar, dizia ele. Fazer política com os vizinhos faz seu jardim amanhecer com o jornal no lugar e com flores intocadas.

Eu quando criança gostava muito de sentar naquela pedra pintada com cal para ouvir Sr Almir (velho conhecido desse blog) contar seus “causos” e seus conselhos para a juventude! Talvez não tenha entendido o que ele dizia, e talvez não entenda nunca, mas meu esforço se redobra por isso!

Sr Almir achava que o carnaval não fazia mais sentido sem a “Em cima da Hora”e perguntava todo dia que subia a rua depois de um exaustivo dia porque a gente(os rapazes que outrora eram moleques da rua) não pediam mais a bola que caia no quintal dele, e reclamava que tinha uma lá que já ia fazer dois anos! Eu não tinha coragem de dizer que todo mundo tinha uma vida corrida e que passou o tempo de jogar na frente do portão dele, dizia que de repente a gente se reunia na sexta-feira.

Sr Almir fugia da solidão de sua viuvez regando seu jardim, cuidando de seus canários e cantando marchinhas de carnaval, do “carnaval dele” como ele dizia. Sr Almir se deitava com uma menina de dezessete anos da outra rua que sempre que queria cinqüenta reais pra encher o nariz de pó sentava “no colo do vovô”, sempre sacana Sr Almir não dispensava a famosa frase dele que iniciava com “No meu tempo...” e sempre terminava num exagero que ele transformava em realidade enchendo a juventude de inveja!

Sr Almir dizia que jovens esperavam muito sexo no carnaval enquanto ele só esperava o carnaval...

Eu me mudei, não moro mais lá... Mas acho que desses meus quase vinte e dois anos a memória mais marcante da minha infância foi a do Sr Almir no portão sentado, esperando cada morador da rua passar pra dar uma boa noite ou chamar pra dois dedos de prosa.

Então, escolhi justamente falar do Sr Almir(já citado aqui no blog) para comemorar o terceiro aniversário desse blog, são quase 300 postagens, e cenas de bastidores que serão eternas e um amadurecimento que eu mesmo percebo, aconselho que todos façam blogs! Bloguinhos reais, não uma série de suicídios líricos e depressivos...

Experimentem, dá certo!

E aqui vou eu, parabéns amigo!

Sem mais(291ª vez)

Mario Tito.

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Pintura cheia de arte.



“Deixe-me ir, preciso andar vou por ai a procurar, sorrir pra não chorar”


É Mestre Candeia, quase que desisti de escrever sobre o senhor hoje, ta certo que o carnaval ta chegando e a gente poderia perder horas falando de Noel e suas cantigas de fevereiro, Cartola e sua mangueira, falando em Mangueira eu poderia ficar aqui por horas falando de Nelson Cavaquinho, mas não!

O ideal é pensar que toda essa gente é do Rio, sim essa cidade da qual posto esse texto! E quem mora no Rio se preocupa mais em ir pra onde a concentração de sexo grupal fica, e daí, né? Sobra espaço pra foliões que querem carnaval.

Candeia não podia andar, mas sambava! Sambava sem os pés, meu parceiro, sambava com sorriso! Não tem aquela história que diz que “na minha casa todo mundo é bamba, todo mundo bebe todo mundo samba” ? Então marcou a vida de Antônio Candeia!

Me chamo de Católico máximo toda vez que respeito o bom batuque africano que eles chamam de Candomblé! Não é da minha conta quem eles querem evocar, meu amigo, o que me importa é sambar, assim, gingando capoeira, batendo um atabaque, com sorriso na cara! Isso é povo, e deixa o povo ser feliz, ora bolas... Deixa o povo ser favelado, deixa o povo beber e comer feijoada!

-Desce a laranja ae baixinho!

E você?! Ahh vai, vai pra pegação, vai... Me deixa com as minhas Universidades da Vida que chamam Agremiações e que transmitem felicidade e paixão para moradores das comunidades, integrantes das alas e contempladores do espetáculo que segundo alguns é “...o maior show da terra...”, cada integrante batendo no peito com orgulho de fazer parte daquilo, e eu não to nem ai se você acha que é máfia, se você pensa que a imprensa controla resultados, sabe por quê?

No final da samba, feijoada e cerveja.

Mas como diria o aluno pagodeiro Arlindo Cruz o Mestre Candeia, professor nos ensinará:

Não, não basta ter inspiração
Não basta fazer uma linda canção
Pra cantar samba se precisa muito mais
...”

Precisa sambar, Candeia! E você sambava e seguiremos seu exemplo, e o exemplo de sua Portela!

Até breve pessoas estranhas

Sem mais.

Mario.