segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Mostre-me atrás da parede I

Então quer dizer que essa mesa de centro foi presente da sua avó austríaca?! E da onde vem esse batuque todo?! E esse gingado de fevereiro eterno?! A garota muda de look e decide mudar de vida. Vai correndo atrás do bar, atravessa os “sinuqueiros”, um gole do quente mais vadio e uma foto nova. Destino!

Nascendo um sol dentro dela decidiu não ser sincera debaixo dos edredons, moça estranha! Já pressupomos que ela sempre foi assim, mas não é bem essa a história... Resolveu abraçar o mundo com o coração depois que esqueceu que rapazes não funcionam como as canções. E quando ela deixa o leme à deriva, ela vai pra qualquer lugar, e qualquer lugar está bom. Decisão!

Tatuagens, piscadas, porres, morro, mar e às vezes faculdade pra encontrar os amigos e ficar de paisagem pros cabeludos tocando oboé, cansou do padrão e só quer alguém pra esquentar os ouvidos quando ela trocar o sol dentro dela por uma noite fria! Ela tem meia hora de suor pra esquecer que é sozinha. Opção!

E ela segue assim, classifica os acontecimentos da vida em destino, decisão e opção que é para não confundir o batuque com o mundo, enquanto oferece uma canção para cada cara que passa pelo seu sorriso e sua cama.

Do tipo que não atende no dia seguinte, aprendeu: canalha que te chama de meu amor, gaúcho de guria e sambista de minha branca, se trata de vício de linguagem para não confundir os quase amores. E quem vai julgar vícios e cantadas em série em nome de voracidades e inspirações por uma hora?

Apaga mensagens, deleta históricos e rasgaria cartas, se cartas ainda fossem enviadas. Tudo isso para eliminar vestígios de sentimentalidades, racionar amor e manter o respeito entre os “sinuqueiros”. É porque ela ainda procura o tal cara que vai recolher os versos que deixa pela calçada ensolarada.

Aprendeu em uma era pré Facebook que a ilusão é algo doce demais para se recusar, certo parceiro?! Mas foi com o primeiro namoradinho que entendeu: se não foi importante por mais de três meses é porque nunca foi algo real. E trabalha, vive, paga contas, faz login, cineminha, desiste, night de sexta, ressaca e tudo isso sempre preferindo beber na garrafa à taças de cristal.



Mario e Karol