sábado, 28 de fevereiro de 2009

Se for para o bem de todos...

Andava de mãos livres e dizia belas frases ao vento, frases que todos ouviam e todos aprendiam e usavam como ensinamentos.
Usava roupas elegantes e um cabelo muito bem penteado, barba bem feita e sempre um sorriso largo, ajudava orfanatos e visitava sua mãe nos finais de semana.

Gozava de uma saúde estável e tinha uma família com muitos problemas comuns, tinha janela na parede do escritório e estava a dez anos na empresa.
Seu carro tocava algumas músicas do Djavan e alguns sucessos dos anos oitenta, comia em fast food´s, e gostava de ir ver jogos de futebol.

Ia à missa aos domingos e dava uma oferta generosa na medida do possível e na segunda levava os dois filhos no colégio dava um beijo e desejava boa aula.
Limpava o quintal no sábado e ia jogar bola com os amigos.

Tinha alguns homicídios nas costas, mas isso não o julga bom ou ruim, não concordam?
Alguns o consideram um homem comum, sensível a erros.
Os sacerdotes de sua igreja jamais reclamaram disso, e ainda agradecem as ofertas muito bem dadas por ele.
O diretor do colégio caríssimo de seus filhos também fingia não ligar...

Ele não se confessava, não queria perdão e quando ia ao orfanato era chamado de santo.
Vai saber...
Eis então um homem bom...

Sem mais.
Mario Tito

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Até Breve.

Soprando idéias ao vento senti um carinho natural e um frio diferente, aprendi que isso é sentir, era criança...
Um sorriso sonso e cabelos longos me seduziram, me jogaram em uma cama e me despiram, parecia uma sereia, não era mais criança...

É, eu ainda choro com finais, felizes ou não são finais. Ainda penso em músicas como se fossem narrações de épocas de minha vida, sempre as tristes por que só lembramos em nossa solidão do que marca, e a dor sempre marca mais, e não me contrarie!

Lindo demais; amei; muito bom!

Agora pega essa toalha de mesa e bote alguns potes, vamos ao café...

Depois desse café que tomamos e sorrimos vejam só: Está em minha hora e preciso ir!
Não demoro muito, não tarda muito volto a dizer alguma coisa pra quem não cansa de ouvir/ler.


Sem mais.
Mario Tito.

domingo, 15 de fevereiro de 2009

Greenpeace está solto.

"O fato é que ninguém nunca me viu aqui a defender a devastação da Amazônia. Eu não! Só me incomoda um pouco que os bancos, por exemplo, façam tanto pelo papel reciclado e tão pouco para baixar o spread... Mas é que sou um pouquinho cínico. Sei que é uma coisa feia. Prometo me corrigir. Também quero ser um homem bom.”
Reinaldo Azevedo.



Bem, eu de fato não vejo a Amazônia como pulmão de nada e nem me preocupo muito, sabe por quê? Porque é quintal dos outros, já virou latifúndio e os índios fazem figuração...
Mas em época de preocupação com a temperatura da terra, derretimento de calotas e extinção de espécies a gente pode parar e pensar em outro lado disso.

Olha o derretimento de nossa tolerância, olha o aquecimento de tensões lá no Oriente Médio, olha a extinção dos homens se anunciando...

Olha o papel deles, é reciclado...
Que bonito, que bonito!
Olha aquele garotinho, plantou uma arvore...
Que bonitinho.

E viva as tentativas de mudar o mundo!
Maldito pão sem sal...

Sem mais espírito de anti-herói.
Mario Tito

sábado, 14 de fevereiro de 2009

Eles poderiam...

Eu adoraria deixar o mundo girando enquanto eu leio versos sobre histórias que não são minhas e talvez não sejam de ninguém.
Adoraria trocar esse computador por uma máquina de escrever com barulhos melódicos e depois colar na tela do computador para que cada um de vocês conseguisse ler o resultado de banhos frios, café e alguns biscoitos...

Ele poderia ter conquistado algumas moedas no jogo do bicho, mas gastou com bebidas.
Ela poderia ter evitado a morte do filho dela, mas quis continuar vivendo fácil.
Aquele senhor podia ter evitado que o pombo sujasse a cabeça dele, era só não alimentar ele.
Aquele filho se sentia bastardo, se fosse amado talvez estivesse vivo até hoje.
E o pai desse bastardo também...

Não gosto de voltar atrás, não volte também...
Espinhos: quem não sabe usar sentimentos que não use! Bote o tempo pra correr...
Use suas mãos do jeito que elas precisam ser usadas...
Cuide da sua fé, ou da sua falta dela! E deixe a dos outros, ou a falta da dos outros em paz.
E que assim seja.

Sem mais.
Mario.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Em poucos sopros.

Use como sinal de sorte cada vento que cruzar seus cabelos, mesmo que os desarrume, sinta como um beijo cada gota, cada raio cada anoitecer e amanhecer. Encare cada afago e expressão da natureza como um carinho ou como um sinal.

A gente às vezes fica a vida toda procurando motivos pra coisas que simplesmente não precisam ter motivos, não vou te culpar por não cheirar as flores por alergia e nem tanto vou me julgar feliz por ter um disco antigo que me faz lembrar...

Tirando a graxa dos óculos, consigo ver mais do que eu queria. A juventude se permite a erros e casos, a velhice não espera e nesse meio tempo você tem saudades de um e medo de outro.

A gente tentaria fazer amor a noite inteira, não daria certo, não somos diferentes somos feitos da mesma madeira e de pregos enferrujados...
Vamos esperar a serra para que possamos novamente alimentar cupins sadios...

Sem mais.
Mario Tito, ele mesmo.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Guarde um de seus sonhos pra mim.

Vai ver que andei por aí e tive acasos que se acometeram em nossa visão do que é sol e do que é lua. Percebemos que as estrelas são as únicas eternas, tanto com a forte luz do dia e bela quanto às constelações da noite.

Seja mais doce do que de fato seus lábios já são, eu sei que é difícil remar tanto pra acabar no mesmo lugar.
Lutar contra a correnteza nem sempre é a melhor opção, nem sempre devemos culpar a Deus por nossas más escolhas.

Por qual das ruas eu vou? Será que se eu errar o caminho a culpa é da metrópole?Pra qual estrada devo ir? Não quero contar com a sorte nem com minhas saudades, vou me sentar, quer sentar-se também? Vamos evitar a curva...

Daqui temos um trono de madeira e um altar de pedras, dos quais poderemos julgar e pedir por cada carro e cada andarilho que nos der bom dia ou boa tarde, e pelos que não desejarem também pediremos e julgaremos.

Se não quiser me seguir não precisa, apenas guarde um de seus sonhos pra mim e durma em paz.

Sem mais
Do sempre, sempre e sempre.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Torta das Unões nascidas.

É fácil entender: Pegue duas colheres de boa vontade pra melhor apreciar essa receita que vos darei...

Primeiro a panela, vamos jogar dentro dela dois povos com divergências políticas, territoriais e religiosas, depois vamos tirar alimentos e água de um dos lados e dar apoio ao outro lado, vamos dar armas aos dois lados e esperar o lado com fome atacar o outro lado.Vamos esperar esse lado reagir e matar crianças e destruir hospitais. Vamos somar isso tudo a um presidente pop star e a uma crise de ricos que atinge os pobres. Misture com um pouco de diplomacia e demagogia e pronto!
O que temos?
Venda de armas,venda de medicamentos, fim de crise e Presidente salvando o mundo!
Dava até pinta de roteiro de filme de ação, a cidade dos filmes está de olho.

Depois da Guerra Fria vem a Guerra Cega.
Carnaval ta aí e a mulata vai sambar.
Sem mais.
O mesmo dos anteriores.

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Tão casual quanto eu e você.

Eu me sentei e ela chegou e sentou-se ao meu lado. Pus os fones para ouvir minhas canções enquanto ela punha os fones também.Eu não sabia como ela se chamava e nem o que ouvia.
Voltou o rosto e olhou aos meus olhos, eu abri a janela.Duas horas de inquietude, de silêncio de toques e pedidos de perdão pelos toques que ambos,obviamente, queriam.Queria tanto saber o que ela ouvia, mas não perguntei.

As curvas de histórias que mesclam passado com futuro que fazem a natureza e a modernidade virarem uma mistura de verde com cinza que dá um aperto, uma vontade de conhecer cada canto, cada canto dessas ruas e cada canto dessa menina que ao meu lado adormeceu, e como dorme de um jeito bonito e apaixonante.

Livros de História, uma bolsa branca e lindos cabelos negros. Carregava em seu pulso um terço e uma calma em seu sono. A música devia estar acalmando ela, pois as buzinas não paravam e as pessoas contavam as vidas umas para as outras.

Cada um amaldiçoava a vida de uma maneira, cada uma reclamava de alguma coisa.
Ao descer pedi licença a minha princesa desconhecida e ainda olhei pra trás, ela retribuiu com um sorriso que deixou suas maçãs bem avermelhadas.

Andei até o bar, pedi meu café e um pão com um pouco de presunto, senti um perfume familiar e olhei pro lado...
Era ela...
Sorriu-me como quem diz “olá”, perguntou se podia se sentar, eu não hesitei e balancei positivamente a cabeça.

-O que estava escutando?
- Beatles! Me disse sorrindo...
-E você?
-Eu também. Repliquei enquanto tomava meu café...

Sem mais.
Mario Tito.