quinta-feira, 26 de maio de 2011

Te dar todo o tipo de alegria...

Ler Escutando a canção Trégua Suspensa( Teresa Cristina/Lula Queiroga)-Para escutar clique aqui

Agora sim, sou eu e eu e nada mais na mesa de jantar além de flores de plástico e meu jantar em forma de monólogo. Não queria nada mais além daquela solidãozinha gostosa que eu carregava durante dois meses, mas a bateram na porta.

Esquisito olhar pra cara dele visto que ele tinha a chave de casa, e que a escova de dentes dele ficava do lado da minha e se procurar bem ainda deve ter cuecas e super-heróis perdidos pelo escritório.

Mas que honra, chegou na hora do jantar sem convite algum, ao que se deve essa visita!? Não precisa me dizer nada, entra que sua cara já me diz mais do que você imagina, parece uma carta de laudas e mais laudas e não precisa suar que to entendendo tudo.

Pode despejar em mim essas frases feitas que você ensaiou dentro do ônibus até chegar aqui, vou fazer uma cara de quem acredita e você finge que me engana de novo, dessa vez vou aceitar cada vírgula, meu querido...finge que nada aconteceu, me beija me traz a alegria que eu quero te dar e diz que tudo foi um sonho ruim...

Quero você de novo, mas só por hoje.

Só por hoje quero dormir e acordar olhando pra essa cara de menino com a barba falhada, que acorda com sobrancelhas arrependidas por um crime que vai cometer de novo, e você vai voltar e vai me pedir pra esquecer tudo, vai levar a chave de novo e enfim assumimos uma trégua.

Quero você de novo, mas só por hoje.

Eu te conheço, você acha que seu peito é de aço igual aos quadrinhos que você ainda lê, cheio de homens incrivelmente inexistentes. Meu amor tem limites e pode chegar o dia que eu me mude sem te dar meu endereço e você não vai poder aparecer sem avisar, no meio do meu jantar... Sem flores, sem verdades, sem amor e ainda sim levar meu perdão...

Saudade não é desculpa rapaz...

E dona Teresa disse: “E olha agora aqui: Você”

Mario

domingo, 15 de maio de 2011

É no não que se faz.

Faz o seguinte: Escolhe um domingo, rima uma palavra com água e espera o almoço ficar pronto. Finge que enxerga sem os óculos e coloca a cueca da cor da camisa!

Escolhe o pé que vai dar um tiro. No direito ele perde precisão, perde a chance de acertar. No esquerdo ele perde o apoio, perde a base, a sustentação de possíveis acertos. O que fazer? Articulação, Zona de conforto, tempo contra cheiro, menos bossa e mais samba ou apenas mais uma carta ou uma música nova!

Largou os cabelos compridos e colocou a camisa rosa que ela tanto pediu, encheu o pescoço de perfume e viu que ainda não sabia as medidas certas, voltou pro banho e desmanchou o cabelo que está quase penteado...

Ainda dá tempo? Não...

O chuveiro queimou, ele sorriu e achou que podia tirar proveito do banho gelado! É exatamente nesse momento, quando dá merda, sabe? Que os grandes homens aparecem! Eles aparecem na flor não dada, no eu te amo não dito, no cabaço rejeitado e no porre não tomado. Mas é evidente que é mais válido um amor de veraneio na mão do que sorrisos na frente de um DVD caipira...

Desce a rua, meu camarada...

Troca uma idéia, toma um gelo e joga um Street Figther porque a noite vai ser longa e você tem muito que conversar com esse teclado.

Até quando vou esperar pra fazer cinco filhos e botar eles pelados na praia do Grumari?

Sem mais.

Mario.

quinta-feira, 5 de maio de 2011

O tempo é um bom mestre quando mata seus alunos.

Eu precisaria de anos pra cultivar novas amizades e reformular pactos de confiança em balada barata, tratados de amizade eterna banhados com colarinhos e fidelidade fraterna selada com o dedinho levantado quando toca “Valeu por você existir, amigoo...”!

Nada disso, quero fazer com que você seja mais forte do que eu sou. Agüenta minha prepotência como se fosse uma prova de resistência do BBB e estivesse valendo um milhão de reais pra você gastar em sapatos e tocar sentimentos com a língua.

Não é conselho vulgar, não quero deixar uma gaveta de cuecas e camisas velhas no seu armário, não quero ser quase pra você...

Todas nossas escolhas são filhas bastardas de nossa razão, e a hora que assumirmos o lado racional sem ser um emotivo inadequado e preferir a dor do não - pensar do que os louros do se adequar vamos coroar o tempo como o sábio da nossa ignorância prepotente. A escolha é nossa, baby...

Deixa o rapaz se descobrir na moça, deixa ser o que a maré pede nada de destino nem culpar o acaso.

Culpe o tempo.

Ou o acústico do Nirvana:

“Don't expect me to cry
Don't expect me to lie
Don't expect me to die for thee.”

Sem mais.

M*