Preparei o meu carro com sacos de dormir e algumas batatas, no banco de trás meu violão e enlatados e no porta-malas algumas saudades...
Conferi todos os detalhes colei um adesivo no pára-choque e liguei o carro, o som desligou, ligou de novo e fui pra estrada...
60 km/h, final de tarde clara, alguns sucessos populares, óculos escuros e uma bela cantoria de minha parte. Eu não via ninguém pelo retrovisor e nem saudades sentia do que passava, parece que ninguém esperava a minha volta e nem eu mesmo espero.
80 km/h, noite estrelada e uma lua nova, nova como minha vida e como as marchinhas de carnaval que invadiam a rádio. Sem óculos escuros continuava assobiando canções que me remetem ao nada. Tem dias que nem durmo, porém sonho...
100 km/h, noite densa e a lua nova já é minha velha conhecida, velha como as músicas que se foram para dar lugar a Voz do Brasil, presto atenção e debato comigo mesmo as notícias. Paro o carro pra fazer um xixi...
120 km/h, madrugada fria os vidros se fecham e parece que nuvens escondem minha velha amiga lua. Deixo para trás cada passo e só deixo poeira como saudades...
160 km/h, Eu vejo que eu menti, a alvorada se manifesta em uma explosão fantástica e épica. Percebo que eu fugi quando liguei o carro, que eu não comi as batatas que trouxe, que eu não sabia dirigir, e que eu não vi essa curva...
Ou eu vi e não quis parar...
(...)
Sem mais.
Mario Tito.
2 comentários:
bem que eu podia tá no carro
Acho que ficaria a 80km a vida toda,céu estrelado e marchinhas...Mas como co-piloto,já que não dirigo!
Beijo
Postar um comentário