sábado, 4 de abril de 2009

cinco minutos para o fim do mundo.

É uma grande rodoviária deserta, com nove bancos e apenas um deles é coberto, e como chove!
Nenhuma alma aparece e tento contar os pingos que caem do céu, lágrimas da terra que chora de emoção, assim como eu choro ao aplaudir solitariamente o balé das nuvens.

O táxi chega e deixa pessoas com malas, as pessoas passam e nem me reparam, meu jornal não é mais um lar de notícias velhas, agora é meu cobertor...
Quantas pedras eu preciso chutar pra conseguir parar a represa dos meus olhos? Quanta lama vai ter que invadir meu rosto pra que eu possa, enfim, me esconder de vocês?
Meu patrimônio se resume a um tênis, um casaco, uma mochila e algumas moedas, e digo a vocês que me satisfaz saber que não estou tão ruim quanto mereço...

Junta esse pedaço de foto, cola nossos destinos e finge que eu só fui viajar pra que as saudades fiquem fortes e nosso sentimento passageiro se consolide por enquanto, ou não.
Muito tempo pra pensar se torna um crime, passional, porém um crime.
Sinto prazer em cada detalhe e me aborreço com meu humor duvidoso.

Em que ano estamos afinal?
A lua veio cheia? Ou já a esvaziaram com soluções menores?
Jogue esses papéis pro alto, depois os cate.
Vou dormir, tenho sono e posto pouco.

Sem mais
Aquele sumido.