O lixo está tão cheio, e quem vai molhar as plantas? Aquele corredor agora é tão denso e sórdido.
E ele achando que nunca iria dizer adeus, as contas não são mais pagas e ele convida os empregados para comer com ele.
Deixou muita coisa, não voltou pra buscar, sua barba é grande e agora ele é careca. Pobre ex-feliz que agora canta apenas refrões de sucessos passados pensando em sua esposa que o abandonou, por um milionário precoce...
Ele não se lembra do que ele fez, mas cadê? Ele poderia ter o mundo aos seus pés e hoje está só em seu pequeno reino de egocentrismo, e agora solidão.
Exatamente do jeito que era; cada móvel e cada erro. Ele não consegue mais oferecer palavras pra ninguém e aos poucos os empregados se vão também, o jornal já não chega e ele escreve uma crônica que não tem fim, a da vida dele.
Parece eterna essa crônica, levantar do trono dá medo e o sol protela sua chegada, e também conversa com o espelho manchado... manchas....
Chegamos ao fim, ou ao começo.
A beleza da contradição.
Mas eu já sei o final...
Sem mais.
Quissá, ele.
Um comentário:
a beleza da contradição ~
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