Ele me dizia que só conseguia compor naquela cadeira de cozinha, com aquela meia dúzia de acordes que aquele violão tão velho emitia.
Escrevia frases em um caderno amarelado e cheio de rabiscos garranchados, na verdade não dizia coisa com coisa, mas era a maneira dele se livrar desse hálito tedioso dos fins de tardes febris.
Ele parou de me ligar a uns dois anos, na mesma época que abandonou as camisetas brancas e decidiu usar moletom.
Encostou o velho violão na parede de seu quarto, o caderno amarelado ainda tinha umas duas páginas em “branco”...
Agora ele dirige um carro durante dias.
E o que você espera dele, meu bem? Ele já esqueceu a voz dela, provavelmente adora aqueles pães e ainda deve desmoronar se vier a presenciar mais lágrimas dela, porém abdicou de pernas e sorrisos pra ser feliz...
Ele é o famoso especialista em não tentar, ele é inovador no jeito de se vestir mal e pratica sexo consigo mesmo quando ele acha que vai começar a amar!
Se afogando em banheiras de hotéis de beira de estrada, ele renasce a cada dia o mesmo homem...
E o seu violão? Ainda está lá...
E o que eu li nesse caderno? Temos 2009 inteiro para (re) descobrirmos aos poucos...
Sem mais.
Mario Tito.
3 comentários:
=DDD
um viva as segundas chuvosas
[acho q já li isso em algum lugar]
Voltei,de fato gostei!E nada de palavrões por hora...
Ah!Essa maldita especialidade, a de não tentar.Sou diplomada!
bj
bj
isso e encaixaria pruma pá de gente que conheço...
gostei,moço.
:)
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