segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Tempestade de passado.

Ele me dizia que só conseguia compor naquela cadeira de cozinha, com aquela meia dúzia de acordes que aquele violão tão velho emitia.
Escrevia frases em um caderno amarelado e cheio de rabiscos garranchados, na verdade não dizia coisa com coisa, mas era a maneira dele se livrar desse hálito tedioso dos fins de tardes febris.

Ele parou de me ligar a uns dois anos, na mesma época que abandonou as camisetas brancas e decidiu usar moletom.
Encostou o velho violão na parede de seu quarto, o caderno amarelado ainda tinha umas duas páginas em “branco”...

Agora ele dirige um carro durante dias.
E o que você espera dele, meu bem? Ele já esqueceu a voz dela, provavelmente adora aqueles pães e ainda deve desmoronar se vier a presenciar mais lágrimas dela, porém abdicou de pernas e sorrisos pra ser feliz...

Ele é o famoso especialista em não tentar, ele é inovador no jeito de se vestir mal e pratica sexo consigo mesmo quando ele acha que vai começar a amar!

Se afogando em banheiras de hotéis de beira de estrada, ele renasce a cada dia o mesmo homem...


E o seu violão? Ainda está lá...
E o que eu li nesse caderno? Temos 2009 inteiro para (re) descobrirmos aos poucos...
Sem mais.
Mario Tito.

3 comentários:

misssilpati disse...

=DDD

um viva as segundas chuvosas
[acho q já li isso em algum lugar]

Karol Gonçalves disse...

Voltei,de fato gostei!E nada de palavrões por hora...
Ah!Essa maldita especialidade, a de não tentar.Sou diplomada!

bj
bj

Anônimo disse...

isso e encaixaria pruma pá de gente que conheço...

gostei,moço.
:)