quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Remendando o suéter.

Com os braços fracos de tanto carregar peso te devolvi o brasão que um dia me deste. Você emburrou e pensou mal de mim, não quis saber pra onde eu ia e me mandou ir pra sempre.

Você se sangrou pra não me perder, me criou em cicatrizes e eu te levei em um papel com um desenho com traços mal feitos.
Não me toquei que o desenho ficou por séculos em minha gaveta, esquecido e virando pão de traça.

Agora você quebra aquele brasão e a razão se aloja em seu viver, meu suéter velho e azul não comportam mais tanta história, seus dedos tão novos se perdiam no que era meu e agora meus dedos se perdem em espaços vazios.

Nossos atos só são vistos como bons ou ruins depois que chega a temida consequência (sem trema).
Agora me recolho e tento negociar algumas dívidas passadas.

Sempre quis novos brasões.
Sem mais.
Mario Tito.

2 comentários:

Anônimo disse...

o que não vale é a intenção.

misssilpati disse...

sempre quis um brasão mesmo que este fosse velho.