Eles sobem todos os dias as mesmas escadarias, fumam o mesmo cigarro, e jogam no mesmo canteiro.
Quantos mesmos!
Lá naquele lugar parece que todos são iguais, aquele doutor está com um pandeiro na mão seguindo o garçom no violão, um sustenta o vício do outro de acordo com o dia do pagamento.
A gafieira parece um campo de provocações, onde qualquer senhor tem livre acesso a qualquer senhorita (Desde que não esteja acompanhada, claro!), os carros de praça esperam os mais sofisticados cavalheiros, que já sentam sem seus chapéus com o cabelo engomado e intacto!
Ele dizia assim:
“... Se alguma pessoa amiga pedir que você
lhe diga
Se você me quer ou não, diga que você
me adora
Que você lamenta e chora a nossa separação
Às pessoas que eu detesto, diga sempre que eu não
presto
Que meu lar é o botequim, que eu arruinei sua vida
Que eu não mereço a comida que você pagou pra mim...”
É, quando eles deixam suas sandálias na entrada de casa, escolhem o copo mais limpo, e o filtro de barro se faz de cascata para a mais desértica das sedes e o mais intenso dos porres.
No dia seguinte repetem a mesma ladainha, trocam a cerveja pelo vinho de barril e as moças pelo tamborim.
E assim fomos...
...
...
Até amanhã...
...
...
Sem mais.
Mario Tito
2 comentários:
Eu sei tudo o que faço
sei por onde passo
paixao nao me aniquila
Mas, tenho que dizer,
modéstia à parte,
meus senhores,
Eu sou da Vila!"
Eu, nunca na Vila estive. Mas é bonito ver o bairro editado e romantizado nas suas palavras!
Tenho que tomar um chopp com Noel!
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