quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Companheiros e leivintes.

Rio de Janeiro, 12 de março de 1977.

Ah, nada como um corredor com algumas roupas pelo chão e um violão no sofá, com a vitrola tocando Tom Jobim em um volume que o faça ecoar pelo meu pequeno apartamento...
A noite vem me surpreender pelo que ainda há de vir, brisa gelada na janela arranca lágrimas forçadas de quem é tão feliz, e que não quer chorar.

Não dá pra dormir e desperdiçar essa lua...


Uma caneca cheia de água, meias nos pés desde a hora que cheguei do meu trabalho, ninguém me espera e não tenho nada na geladeira pra comer,além de queijo, como sou feliz!

A roda ainda gira, não fico tonto e nem tenho náuseas, e lendo descobri que o melhor amor é aquele imaginário, sabemos que a tristeza é passageira, conversemos, então, com ela.

Peça que meu amor regresse pra que eu volte a ter inspiração, e que depois eu sofra sem ela saber que eu existo. Aviso para minha solidão que ela, calada assim, é minha melhor companheira.

E é a minha solidão, aos meus amores utópicos semanais e a quem me lê que deixo um obrigado.
Não sou tão só quanto quero e penso.

Sem mais.
Ele.

Um comentário:

Unknown disse...

"Peça que meu amor regresse pra que eu volte a ter inspiração, e que depois eu sofra sem ela saber que eu existo.".
Bem lembrado, bem lembrado.