E lá vem o Tito, o Negroni, o Moreno e o Ferreira...

Martiniano presta atenção: Ninguém quer te dar atenção.
Você está velho, chato, repetitivo e não cansa de cantar musicas que são regravadas por bandas jovens.

Não queremos saber da sua Irene morta, não queremos saber dos seus áureos tempos de Madureira quando sua banca de jornal era a mais visitada do bairro.
Não estamos nem aí se você criou seus filhos com sacrifícios que deixaram marcas com tristes finais que nem mesmo a vida foi capaz de apagar.
Suas paixões e desilusões não importam pra mim, não quero saber se foi ao fundo do poço, não quero saber quantas vezes Dona Irene ganhou flores de suas mãos, não quero saber se alguma vez um espinho cortou o dedo dela, não guardo nada em mim.

Seu José me entenda quando digo que o senhor, e o Senhor Martiniano não fazem diferença na minha personalidade.

Vou inverter os papéis, e vou chegar à conclusão que o senhor e dona Magali precisavam tomar cuidado com a sinceridade, mataram a mentira aos poucos, tudo bem isso implica um gigantismo indefinível, mas minha soberba não quer te ler, não quer saber de fotos sem cores...
Recolha sua mão, não quero segurar nos seus braços, na verdade na de nenhum dos dois...

Deixa-me viver a minha vida, firme, deixa eu me decidir e encarar minha sina! Seja lá qual for e minha sina foi não querer saber, mas não foi por opção minha, mas sim de atraso vital...
A vida não me deixou ligar pra nada disso e me criou, infelizmente indiretamente sem vocês, mas por meio dos teus filhos...

Martiniano, Magali, José e Irene, obrigada!

Não vou remoer a falta de almoço na casa da vovó, nem vou chorar sobre o carnaval não vivido com vovô...
Vou sorrir quando lembrar que carrego tanto de vocês sem saber que carrego.

Me acarinham por meio dos seus filhos, que são meus pais...
E acarinharei meus filhos por meio dessas mãos, que bagunçaram meu cabelo sem tirar ele do lugar!

Feliz dia dos pais a todos, mas o de hoje foi para os avós!

Sem mais.
Mario Tito.