quarta-feira, 12 de maio de 2010

A primeira...

A primeira aparentava ser a mais frágil delas, tinha um sorriso tímido e olhava de baixo pra cima para as pessoas, tinha medo do que vinha e não ia, ficava, esperava e maculava! Lia sobre tudo e todos e assim se fazia sozinha no auge de suas esquisitices. Judiava de si mesma e se colocava na cruz dos outros, queria sofrer mais do que todos e pensava ter vocação pra Maria! Uma beleza fundada em mistérios, todos os mistérios que cercavam aqueles olhos que piscavam toda hora...

Assumira riquezas e se faria aprendiz de sua liderança, sentia pro conveniência e mentia para a parede para treinar, gostava de treinar! As roupas de frio lhe cabiam bem, tinham cara de quem viveu parte da vida na Suíça, mas se acostumou rapidamente com o calor do Rio.

Coração fechado, fé de mentira e um apreço pela família que foi justificado pela tradição que levou ela até onde está não é muito longe, porém é melhor não dizer isso pra ela. Santificava brasões como se fossem mais um maço de dinheiros que seus antepassados escondiam no colchão, há cédulas de mil gerações costuradas e enterradas pela casa inteira.

Decapitou príncipes com a destreza de uma princesa feminista, se entregou ao bandido que vendado a levou de cavalo pros sonhos que ela imaginou, sumiu da missa das seis e agora vende suor pra conseguir continuar a odisséia ibérica que seus filhos estão destinados! Feriados, festas, finais de ano e carnavais são os momentos de vida dela, por hora! Mas quem vai julgar?

Sempre foi assim, ela quis assim!
Ela prefere aqueles dias ensolarados, mas foge da praia, não dá tempo!
Gosta de contos, sagas e ficção cientifica!
Não consigo mais desenhar o rosto dela, na verdade nem sei como é...

Sem mais.
Mario Tito.

2 comentários:

Karol Gonçalves disse...

Gostei! Viu? Sabia que gostar de novo...

"Mas quem vai julgar?"

Catarina disse...

Me parece familiar...!

Vc perdeu o seu cel? Não consigo falar ctg.
bjs