segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

O último samba e a última valsa.

Na última vez ela não o olhou nos olhos, e esfriou sua cabeça com chá gelado, cuspiu o caroço da azeitona e fingiu que dançaria a última das valsas sozinha.
Eu nunca acredito no que é pra sempre, e tenho medo do que acaba. Não é culpa dele que esteja tão vazio, os convites foram enviados.

Ele perdeu o controle, e agora se alimenta do que morreu, não é só carniça é nostalgia do que não viveu, quer tirar a vida dos outros e não consegue ser diferente, é hereditário.
Ela ainda vive sobre a tutela dos remédios de tarja preta, a maior fortaleza de um homem é sua memória, e maior fraqueza dele é a insegurança...

Ela bailou mais uma música, sozinha...

A cruz que o homem carrega consigo é sua consciência, nenhum outro ser tem disso. Imagina se um Leão fosse padecer por cada antílope que tomou de seu próprio filho?
A razão é a única doutrina que formará seu caráter, e ela esperou isso dele...
Mas esperou apenas até a última valsa...

Ele se embriagou e cantou um samba!
Soou como o último dos sambas, ele cantou...

E ela?

Vocês não sabem?

Dançou...
A última das valsas, com um Leão que foge do uso da razão.
E os remédios?
Doses duplas, mas ninguém sabe. As olheiras são culpa da insônia.


Sem mais.
Mario Tito.

Um comentário:

Anônimo disse...

eu acho que é por essas coisas que não é mal comer carne. xD