Sabe aquele velho livro sem capa? Que a introdução tem manchas de café? Você insiste em ler aquele papel amarelado entregue as traças. Cada página uma surpresa, uma poeira nova, ou um bilhete antigo.
De repente estou com no último banco do ônibus com os braços pra fora, o dia não é chuvoso, mas o tempo não está limpo. Eu estou lendo esse livro cheio de experiências “extra-bibliograficas”...
Não mais que de repente, uma lombada mais acentuada e meu livro pula pela janela se perdendo em folhas pelo ar, e o ônibus dá continuidade ao seu trajeto de costume.
Eu não sabia o nome do livro, estava na metade e vou morrer sem saber o final, o que me consola é que a última página daquela história tão doce e tão amarelada está por aí, voando nos ares da cidade que eu moro...
Quem sabe alguém o enconta, talvez seja o final do livro de outra pessoa...
Pode voar pro outro lado do mundo, pode virar um barquinho de papel, pode ser rasgado pra anotar o telefone de alguém...
Agora eu reescrevo o final daquela história de amor, atravesso rios e pontes para isso, e se for preciso faço a nado!
Sem mais por hora, e obrigado pela visita.
Mario Tito
2 comentários:
que bela!
por essas e outras sempre bom estar aqui =)
O escritor não perde a mão! L
indo!
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