quinta-feira, 25 de março de 2010

Quando o silêncio fala mais alto.

Olhou para o rádio-relógio que apontava ainda o horário de verão, a janela estava suando ainda, resultado da conurbação dos seus corpos, que ao som do mais cafona dos boleros viraram um só nessa noite que passou.

Agora ele tem um conforto, ele não pede provas pra ela, apenas tem fé

Agora ela é apenas alguém que passa os piores dias com ele, e ele, pro sua vez, sente falta de suas definições que nunca foram acompanhadas de sabedoria.
Eles se deixaram de lado em dias ímpares...

Ela acaba sendo o algoz das falas dele, e o instante deles é sempre o mesmo, que é primeiro e único!
Exorcizam crenças e destroem filmes clássicos a cada frase feita que eles reptem.



Agora eu cansei desses dois malucos, vou ajeitar minha cama de jornal, porque as olheiras já tomam minhas bochechas, falar deles me tira o sono!
E cá entre nós, o “Inverno” de Vivaldi é muito rigoroso para tamanha arapuca casual...

Bendito seja o Café requentado, o cigarro apagado e a cerveja choca! Mereço o que tenho, pois nessa vida é proibido errar.
Eles têm um ao outro, mas até onde eles se merecem? Alegorias e devaneios até o próximo carnaval, ou até os dois se calaram imersos à nova tecnologia que deixa o silêncio falar mais alto.

Sem mais (em papel reciclado).
Mario. #240

3 comentários:

Karol Gonçalves disse...

"... e o instante deles é sempre o mesmo, que é primeiro e único!"

Essa vai para o bloquinho!

Karol Gonçalves disse...

É por isso que prefiro La primavera, é mais suave... Como tudo deve ser.

Karol Gonçalves disse...

Esse malucos insones!