sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Até breve, Tchau.

Agora toda vez que alguma coisa estiver com 2010 no final vou me lembrar daquela canção que alagava tudo que eu escrevi. Aquela canção que pedia pro tempo não passar e que toca logo depois da contagem regressiva.

Enquanto todo mundo quer paz, amor, dinheiro e saúde eu só quero inspiração, então vocês podem me odiar, me agredir e irritar pra eu conseguir escrever, nada de Cerveja em lata nem de Sidra Cereser. Não vamos fazer promessas por Blog, eu “prometo”!

Agora o ideal pra cada pessoa seria se reinventar, trocar de filmes e cultivar livros antigos, mas eu não farei nada disso e nem vou ficar distribuindo conselhos como eu distribuo reclamações. Cantem comigo essa canção que alaga tudo e que pede pro tempo não passar, que as nossas rugas não venham, mas se elas aparecerem tomemos a consciência que esse é o único e mais gostoso preço que se paga pela vida, pelas festas de Réveillon e carnavais regados por sacanagem.

Feliz ano novo.
Sem mais.
Mario.

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Por mais incrível que pareça.

Ajeita o cabelo, compra bolsa nova e não se esquece da maquiagem, tem que ser tendência suas amigas não podem estar mais deslumbrantes que você, leia o livro mais comentado, assista os filmes mais vistos, não se esquece de focar os olhos em política internacional e futebol carioca.

Mostra pra todo mundo o quão incrível você é e o quanto todos esses caras bem sucedidos querem você pra desfilar ao lado deles, mostra pra esses caras bem sucedidos o quanto você é bem sucedida e o que os sarados da academia fariam por uma noite com você.

Shopping, livraria, amigas, trabalho, especialização, perfumes, mãos finas, cabelos brilhosos e uma vida de uma mulher incrível.

Deixa isso pra lá, toda vez que alguém pergunta, bota a marmanjada no chinelo no lado profissional, ela quem vai buscar o cara em casa, salienta sua independência e quando chove nas férias ela se esbalda dos DVD´S de Sexy and the City, muito comum pra uma moça da geração X.

Mas a noite quase sempre chega e acompanhada as músicas que quase sempre tocam nas horas erradas, os personagens acabam se dando bem apesar das lições dadas ao longo do capítulo, sua TV vai desligar, a música vai parar de tocar e a cama vai continuar vazia, ela queria ser uma mulher incrível, conseguiu ser incrível e acabou se esquecendo de ser mulher...

Agora ela propaga sua imagem de manequim ambulante e finge não dar a mínima pra melhor amiga que ganha menos que ela e vai passar as férias com os filhos e o marido na praia.

É o preço que se paga por ser incrível!?
Não, é o preço que se paga por querer ser incrível.

Talvez Sem mais por esse ano.
Mario Tito

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Luz de capacete, sorte de principiante.

Eu chamo de sorte tudo aquilo que eu atribuo ao dia e tiro da minha conta e da minha fé.

Pra todo mundo que canta achando que a voz não é ouvida, pra todo mundo que bate e acha que nunca vai sentir dor, pra todo mundo que troca dinheiro por cartão de crédito, pra todo mundo que planeja, pra todos mundo que tem problema na família, pra todo mundo que não conhece Noel Rosa, pra todo mundo que não come a carne da feijoada, aqui se faz!

Toda vez que você sai dos lençóis dela e passa a virar página de livro ela se sente na condição de assumir um novo amor platônico, de encher os cornos pra mostrar o quanto é feliz sem ouvir Sambistas da Lapa no seu quarto de arquitetura modernamente retrô, o quanto ela é feliz sem lembrar que ele existe, ou melhor, sem lembrar que ele não existe...

Mas ele ta lá, do outro lado do mundo ouvindo música eletrônica enquanto tenta fazer mágica com um baralho bandido e enrola os amigos com dados viciados, esquece de fazer a barba e de fazer sexo com sua amante, deve ser pela falta de vigor dela e de juventude dele...

E ela se sente gritando até sua garganta arranhar e diz que a música não é ouvida, Paul não canta baixo mesmo, enquanto isso ele não cansa de arranjar brigas nas ruas, mas ninguém consegue cicatrizar seus ferimentos morais, ele sente dor, e muita!

Todas as vezes que eu escrevo por aqui me sinto como ele! Longe dos lençóis dela e perto do fim do mundo, e por mais incrível que pareça eu digo e repito:
Toda vez que o mundo acaba eu me sinto no meu dia de sorte, o acaso me dá essa sensação!

Portanro, senhor Destino, faça-me o favor de não me tirar o que nem minha fé conseguiu me dar!!


Tenham uma boa sorte!
Sem mais.

MT.

sábado, 4 de dezembro de 2010

Eu estive fora uns dias...

Um pedaço de tudo que te sobra você pendura no seu quarto e chama de honraria, estranhamente pessoas vivem de lembranças.

A gente passa o dia inteiro procurando não se dar mal, procurando coisas de graça, promoções, não engordar, ouvir coisas novas, conhecer pessoas legais, ter fé, não pecar enfim! O dia inteiro nós procuramos coisas pra pendurar no final do dia no nosso mural.

Amigos pra marcar um chope depois do batente, afrouxar a camiseta deixar a gravata torta, tudo isso pra virar fotografia e você poder pendurar nessa sua parede, deixar eternizado nessa sua estante bela...

Estranhamente o Rio de Janeiro entrou em caos, e isso pode soar como cotidiano, não para mim! Não é falar de política, nem criticar o governo, vou me atirar ao individualismo e não sei se volto ao coletivo nesse post ainda.

Eu, ali no meio da estação olímpica do Engenho de Dentro, e ninguém na estação, todos estavam estranhamente assustados com a “onda de violência no Rio” (Já reparam que tudo que soa indignação vira onda?) e iam mais cedo para casa, não iam para as aulas, mas eu estava ali, e aquela arquitetura suburbanamente Central do Brasil, mais a chuva e alguns vendedores na plataforma perguntavam se o ramal que tinha passado era o Saracuruna, me senti um merda por nunca ter ido à Saracuruna! Que carioca sou eu!? Enfim, fora o muro das lamentações eu continuava ali de mochila sentado no corrimão da escada esperando meu trem, que por sinal demorava e muito!

Não sei se vocês tiveram o prazer de pegar um trem, mas normalmente as estações tocam músicas e você só consegue escutar essas canções quando tudo é silêncio, coisa difícil nas estações pelo corre-corre diário de trabalhadores e estudante que trazem com seus dias muitas coisas pra pôr na estante deles, e com isso telefones pessoas desconhecidas conversando sobre a família, planos e projetos pra se tornarem futuros funcionários públicos!

Enfim, nesse dia nada acontecia e de repente o Caetano Veloso começa a cantar:
“Alguma coisa acontece no meu coração
Que só quando cruza a Ipiranga e a Avenida São João
É que quando eu cheguei por aqui eu nada entendi
Da dura poesia concreta de tuas esquinas
Da deselegância discreta de tuas meninas (...)”


E eu entendi o que ele falava quando cantava essa realidade...
O trem veio e eu fiz questão de não entrar até a música acabar...

“(...) Pan-Américas de Áfricas utópicas, túmulo do samba
Mais possível novo quilombo de Zumbi
E os novos baianos passeiam na tua garoa
E novos baianos te podem curtir numa boa”


Mas o problema dessa alusão errónea que eu fiz é que Caetano fala de São Paulo! E não estamos no túmulo do Samba e sim no berço dele!
E nesse dia bucólico, onde todos se preocupavam com a segurança consegui trazer tudo que podia pra minah estante, e agora pro blog!

Bom apetite!

Sem mais.
Mario.